sábado, 19 de abril de 2008

Meu filho vai ser juiz.


Antigamente eu dizia que, no primeiro aniversário do meu filho hipotético, eu daria uma raquete de tênis para ele (ou ela, sem preconceitos).

Claro que tem muito pai que sonha que o filho seja o melhor advogado ou médico do mundo mas, convenhamos, até que eles comecem a te bancar leva muito tempo. Um moleque ou uma garota boa de tênis é capaz de sustentar os pais já aos 16 anos, como as Sharapovas da vida estão aí para provar (o problema de ter uma Sharapova em casa deve ser bem diferente...)

Mas uma coisa me fez repensar no assunto. Na minha casa, eu sempre senti uma certa pressão para me tornar engenheiro. Cheguei a suportar uma faculdade de engenharia durante 23 dias e 2 horas. Arreguei. Felizmente, meu irmão mais velho estava lá para livrar minha barra mais uma vez e se tornar o engenheiro da família.

Bom, assim como não achava justo ter que estudar cálculo e mecânica dos fluidos por vontade alheia, também não quero colocar na minha prole a pressão de treinar 10 horas por dia, não beber, não fumar, desenvolver mais a musculatura do lado direito e demais sacrifícios que os profissionais do tênis se sujeitam. Sobretudo com o enorme risco de que, com o meu DNA, mesmo com este esforço hercúleo eles nunca consigam ir muito longe.

Por isso, assistindo ontem à uma partida de tênis, cheguei a conclusão: quero que ele seja juiz. Claro, não um coitado de um juiz de futebol, que apanha dos jogadores, das torcidas e da mãe quando vai visitá-la no domingo. Quero que meu filho seja juiz de tênis.

Sinceramente, acho que não existe profissão melhor. Pra começar porque o cara não precisa ter preparo físico algum, já que, durante todo o jogo, não levanta muito a bunda da cadeira. Depois porque pode ele ver ali, bem de pertinho, os melhores jogadores do mundo, numa posição que nem os camarotes de 20 mil dólares dão direito. Mas a boiada não pára por aí. Se um juiz de futebol, vôlei ou bocha erra uma marcação, ele é um filho da puta. Ao contrário, se isso acontece com um juiz de tênis, ele é avisado pelo juiz de linha, levanta a sua bunda gorda, vai lá, finge que viu a marca da bolinha na terra e pronto, volta atrás na decisão, sem stress.

Um juiz de tênis não decide uma partida com um pênalti, não é cercado de repórteres depois do jogo, não é criticado por outro juiz aposentado que analisa tudo da sua plasma de 40 polegadas no camarote. E ainda tem a chance de viajar pelo mundo todo, ganhar um dinheiro respeitável e olhar por baixo daqueles shortinhos das russas. Acho que qualquer filho agradeceria por uma vida assim.

Bom, mas não pense que estas reflexões todas são por acaso ou apenas para encher linguiça num blog. É que, de algum jeito, eu tinha que usar aquela fotinho ali em cima pra dizer que ontem fui ver um jogo do Federer.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Comentários reais. Ou: Coisas que parecem uma merda mas são exatamente o contrário.


Ao abrir a geladeira: "Tô meio enjoado destas cervejas de abadia..."

Ao chegar em casa: "Hoje foi foda. Levei quase 15 minutos da agência até aqui!"

Ao olhar meu extrato: "Porra, este mês torrei uma grana em livros."

terça-feira, 8 de abril de 2008

300 segundos.


Semana passada fui à Madrid. A viagem demora pouco mais de 1 hora de avião e, lá, a diferença de fuso é de 1 hora em relação à Lisboa. Na prática isso significa que eu saí de lá as 6 horas da tarde e cheguei aqui as 6:05. Uma merda saber que por míseros 5 minutos eu não viajei no tempo.

A ordem dos fatores.


Entro no táxi.
- Boa tarde.
- Boa tarde.
- Eu queria ir na Rua de Campo de Ourique na esquina com a Ferreira Borges.
Pausa do taxista para reflexão.
- Daqui é muita volta. Só se eu deixar você na Ferreira Borges com a Campo de Ourique.
Pausa minha para saber se era piada. Táxi parado. Deve ter sido sério.
- Tá, pode ser. De lá eu me viro.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Ao contrário de todos os indícios.


Engov não é remédio.
Rinite não é doença.
Brownie não é comida.
Mini Cooper não é automóvel.
Macintosh não é computador.
Havaianas não é calçado.
Helicóptero não é meio de transporte.
Haagen-Dazs não é sorvete.
Sharapova não é tenista.
Tudo isso pra retificar o que escrevi num post abaixo: eu tenho uma Vespa, não uma moto.